quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma estorinha sobre a amizade de um menino e seu bichinho.

O menino e o grilo amigo



Era uma vez um menino, de olhinho puxado, que vivia num país muito grande e muito longe do Brasil. Esse país era a China. Ele gostava de brincar com seu bichinho de estimação - um grilo muito esperto. Os chineses gostam de bichos, principalmente de grilos, porque lá é costume criar grilos para fazê-los brigar entre si. Os adultos apostam nos bichinhos e ficam torcendo para que seu grilo ganhe a luta. Eles se divertem muito com isso. Têm até umas pequenas caixas para carregá-los, presas na cintura, com tampa e furos para o grilo respirar. O pai de Lin, esse era o nome do menino de olhos puxados, criava seus grilos para as lutas de fim de semana ou para depois do trabalho. E como ele, os amigos dele, também, tinham seus grilos. As crianças gostam mesmo é dos bichinhos e Lin tinha muito cuidado com seu grilo. Até fez uma casinha para ele, de palha trançada. Todo dia dava folhinhas verdes e novinhas para ele comer. E por isso, não gostava nada das competições que os adultos faziam. Pois os bichinhos lutavam, lutavam, e quase sempre morriam.

Ele não podia nem pensar que isso pudesse acontecer com seu grilo. Uma noite, Lin acordou com um barulho que vinha da casinha do grilo. Ele levantou e foi olhar. Seu amiguinho estava pulando para sair e batia na palha fazendo barulho. Por um segundo, seus olhares se encontraram e Lin percebeu que o bichinho queria sair de qualquer jeito. Em seguida, dando um pulo mais alto, o grilo conseguiu sair e foi parar no parapeito da janela. Olhou para Lin e foi embora. O menino não podia acreditar, ficou olhando um tempão pela janela. Ele chorou bastante e depois, de cansaço dormiu. Na noite seguinte sonhou com seu bichinho e chegou até a ouvi-lo cantar. O canto estava tão presente, que ele acordou, indo até a janela. Não é que o grilinho estava lá! Foi uma alegria para Lin! O bichinho olhou para ele e pulou na sua mão. Ficaram brincando como faziam antes. E assim, todas as noites eles brincam e Lin percebeu que o grilo continuava seu amigo, mas queria ficar em liberdade. Agora, Lin não fica mais triste, porque sabe que tem um amiguinho de verdade que vai visitá-lo todas as noites...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Retorno...


Volto ao blog vindo

Do verde e do silencio

Espero sua companhia...

sábado, 10 de abril de 2010

Apresentando meus HAI KAIS
SENTIR TENTO
VIVER
É
VENTO

quarta-feira, 17 de março de 2010




Depois desse tempo todo, só agora descobri um canto no qual posso ter acesso a Internet.

Aqui, onde moro, a forma possivel de acesso é com o 3G. Assim, é preciso achar um lugar especifico e hoje o encontrei! Enviar novos textos é o que farei, assim que possivel...


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

OS SINOS, TAMBÉM, FALAM CONOSCO...



Quando criança, aquela menininha ouvia sempre os sinos da igreja, mesmo quando não dava muita atenção. Eles tocavam durante todo o dia, marcando a hora e a meia hora.
Existiam, também, os sinos de domingo, que chamavam as pessoas para a missa e, também, os sinos que choravam por alguém que morria...
Nos dias religiosos, importantes - Natal, Páscoa - eles ficavam dançando contentes, convidando para a festa. Era tão bom descobrir o que eles queriam dizer!
Entretanto, com o tempo, os sinos foram ficando quietos e desaparecendo. Agora é muito mais difícil ouvi-los. Existem poucos.
Um dia, porém, essa menina descobriu que havia um lugar, nesse mundo, onde os sinos estão todos vivos. É um lugar com muitas igrejas bonitas, grandes, cheirando a incenso e a vela. Lugares de teto bem, bem alto que para ver as pinturas lá em cima, é preciso virar a cabeça, toda para trás, ficando de boca aberta!
Nesse lugar, que ela descobriu, podem-se ouvir os sinos nos chamarem a qualquer hora. Para nossa menininha que antes morava na frente daquela grande igreja, estar nesse lugar de sinos vivos é como reencontrar amigos queridos.
Na realidade, esses amigos estão sempre presentes na sua memória e quando escuta suas badaladas, novamente, tem uma doce sensação de reencontro e de felicidade...



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Estou no Clube dos Autores!

Entrem no site: www.clubedosautores.com.br e procurem meu livro pelo nome: SAPO COM AÇUCAR, na lista de FICÇÃO.
Eles publicam os livros por demanda e não custa nada ao autor. Você encontra lá,também, uma quantidade enorme de livros e de autores interessantes.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Apresentando: Valery, da Vinci e... nós.

Uma obra de arte deveria sempre nos ensinar que não
tínhamos visto o que vemos.
Paul Valery

Dizem as boas maneiras que as apresentações são
absolutamente necessárias, portanto comecemos por elas:

- Paul Ambroise Valery, poeta francês, filósofo e
crítico. Nascido em 30 de outubro de 1871 e morto em
20 de julho de 1945. A convite de Leon Daudet,
escreve um estudo sobre Leonardo da Vinci, publicado
pela Nouvelle Revue em agosto de 1985 – ponto de
partida deste trabalho. Além dos livros de poemas,
publicou vários ensaios críticos. Em 1925 é eleito para
a Academia Francesa.
- Leonardo da Vinci, físico, geólogo, arquiteto,
anatomista, mecânico, botânico, cientista, escultor e
pintor. Nascido em 15 de abril de 1452, na região da
Toscana, na cidade de Vinci. Morto no dia 02 de maio
de 1519. Usava cabelos e barbas compridas, calças
justas de veludo carmim. Tinha sobrancelhas
cerradas. Diz a lenda que ao pintar a Mona Lisa
queria uma expressão feliz em seu rosto e para tal
colocou músicos e palhaços para alegrar a modelo. O
nome dado à retratada é sugestivo: Gioconda, que
significa a alegre.
- Nós, educadores, mais do que isso somos artistas e
cientistas. Tanto no sentido literal quanto no sentido
figurado. Além disso, estamos mergulhados num quê
de surrealismo. Dê-se a palavra a André Breton para
colocar com clareza o significado: “(...) automatismo
psíquico puro, por meio do qual se propõe a
expressão, seja verbalmente ou por escrito, do
funcionamento real do pensamento. Ditado pelo
pensar, na ausência de qualquer controle exercido
pela razão e fora de qualquer preocupação estética e
moral”. Basta ver a situação dos educadores, no
sentido amplo, para não se estranhar tal
classificação...
Situados os personagens, esboçado o cenário, vamos
ao drama.
Das ciências às artes e à educação, o traçado é o
mesmo. Se para o artista, como para o cientista e,
também, para o educador, “deve-se perder dois terços
de seu tempo em tentar ver o que é visível, e sobretudo
em tentar não ver o que é invisível”, está posta uma
situação reconhecível – como ausente. Os
lugares-comuns, os belos lugares, o que parece
evidente, o conforto dos sistemas definidos,
supostamente acessíveis e facilitadores – tornam-se,
com muita freqüência, clausuras impenetráveis, ou
seja, ilusão de percepção e eficiência, porém, na
realidade, casamatas de cegueira. Quando Valery
reflete sobre a lógica imaginativa de Leonardo Da
Vinci, refere-se “ `aquela atitude central” que orienta o
percurso. Acrescente-se: tanto do artista quanto do
cientista e do educador. Segundo afirma: “Sentia que
esse senhor de seus meios, esse possuidor do
desenho, das imagens, do cálculo, havia encontrado a
atitude central a partir da qual as empresas do
conhecimento e as operações da arte são igualmente
possíveis; a troca feliz entre a análise e os atos,
singularmente prováveis: pensamento
maravilhosamente excitante”.
Assim, a lógica imaginativa, relacional, analógica, é
capaz de abrir frestas por onde passa luz, onde é
possível perceber que o nível das águas tranqüilas é
horizontal, que o mar está de pé no fundo da vista.
Usar o termo azul-marinho, não é por acaso – sabe-o
bem quem já mergulhou em alto mar e ficou sem
“fôlego” ao deparar com as profundezas do oceano,
que sempre esteve ali, visível...
A educação profunda consiste em desfazer-se da
educação primeira. A interpretação é de que o passar
dos anos e a crescente perda da capacidade de se
admirar levam as pessoas a tomarem conhecimento
mais com o intelecto e menos com os olhos. “Em vez
de espaços coloridos, tomam conhecimento de
conceitos”. Na reflexão de Valery, a escolha do
sentido da visão é por considerá-lo o mais espiritual
dos sentidos, porque nele se situa a maioria das
faculdades analógicas.
A mudança de enfoque no acesso ao conhecimento,
referida acima, traz prejuízos muitas vezes
irrecuperáveis. A coragem “de ver com os olhos” (com
as mãos, com o olfato, com a audição), vai-se diluindo
ao longo de anos de desestímulo encontrado na
educação formal. A possibilidade de continuar a
exercer a curiosidade, a ousadia imaginativa, a
descoberta de coisas e fatos desconhecidos, fica
restrita aos primeiros anos pré-escolares.

Um incalculável desperdício! Essa ruptura criminosa,
que até já nos acostumamos a identificar, deveria ser
enfrentada com determinação criativa, considerando-se
como um serio problema que, encastelado no senso
comum, segue incólume aniquilando o
desenvolvimento de pessoas capazes de se tornarem
completas no uso de suas habilidades.
O cientista, o humorista, o artista, enquanto procuram
a imparcialidade, a analogia cômica com um toque de
agressividade, a imagem poética que é complacente,
ilustram um padrão de atividade criativa, com climas
emocionais diversos, mas que estão a serviço do
humor, da descoberta ou da arte. (...) não existem
fronteiras onde o domínio da ciência termina e o da
arte se inicia, e o uomo universale da Renascença foi
um cidadão de ambas(Koestler, 1967, p.28). O
continuum de uma categoria à outra, segundo o
autor, reforça a consideração de que entre elas
(humor, descoberta e arte) existe um movimento sem
divisões rígidas.
As reflexões de Boaventura Santos apontam a mesma
direção. Citando cientistas e filósofos da Ciência, de
Poincaré a Kuhn, de Polanyi a Popper, ele afirma o
reconhecimento da dimensão estética da ciência,
exemplificada pelo sistema de Newton, visto tanto
como obra de arte como uma obra de ciência. “A
criação científica no paradigma emergente assume-se
como próxima da criação literária ou artística, porque à
semelhança destas pretende que a dimensão ativa da
transformação do real (o escultor a trabalhar a pedra)
seja subordinada à contemplação do resultado(a obra
de arte)” (1991p. 54).
Entretanto, as divisões rígidas, herança de um
paradigma cartesiano, estão presentes e atuantes no
cotidiano da educação – da fundamental à superior –
até hoje.
Leonardo é um bom exemplo de independência a
elementos rígidos de conduta e à imposições
externas. Sua capacidade de vincular fantasia com
realidade, de ampliar seu campo de busca e do saber
em várias direções, o torna um perfeito representante
da Renascença e um exemplo indiscutível do que o
Homem é capaz. A Renascença, inspirada pela
corrente humanista – com ênfase na dignidade moral
inata e no potencial intelectual e criador do Homem -,
modelou o conceito do uomo universale: com saber
universal e capacidade intelectual e física inteirada.
Aquela época da história tem como fator fundamental,
em geral e para a arte em particular, a “descoberta” do
mundo e do homem. A obra de arte se torna um
estudo da natureza.
A pintura foi um meio para Leonardo tornar sensíveis
as especulações científicas de sua mente. Com
o“naturalismo” assume um caráter científico, metódico
e rigoroso. Tal atitude de Leonardo leva-o a considerar
o homem o mais nobre elemento da natureza, como
também, um elemento que se indica como fato
psicológico. Suas descobertas mais importantes o
apontam como uma presença histórica clara, um
homem de seu tempo.
Veja-se: no desenho, Leonardo foi um dos que
restabeleceu um sistema de regras para compor a
figura humana - um cânone, que indica proporções
ideais para o corpo humano; na pintura, a fusão
pictórica da natureza luminosa com a natureza
espiritual – o sfumato, perda das cores na sombra,
como meio expressivo do espaço e do movimento,
característica do claro-escuro.
Ainda sobre as qualidades de da Vinci, ele próprio as
expõe numa carta a Ludovico Sforza, seu mecenas, na
qual lista em dez pontos suas habilidades de
desenhista, inventor de máquinas de guerra, de pontes
móveis, de túneis, de armas navais, de veículos
blindados, etc. No final da carta, acrescenta: Posso
também, esculpir em mármore, bronze ou argila, como
também posso fazer pinturas de qualquer coisa que for
preciso.(in, HOHENSTATT).
O excepcional poder de observação e o prazer da
experimentação fazem de Leonardo a mais pura
expressão de sua própria representação do uomo
universale. Portanto, da Vinci serve de bom argumento
para que nós, também educadores/artistas, nunca nos
esqueçamos de estimular esses comportamentos na
nossa ação pedagógica.
Nas considerações acima, percebe-se na lógica
imaginativa seu processo relacional em
continuum reforçado pelas inevitáveis correlações entre
vários elementos:a imparcialidade e o envolvimento; a
agressividade e a complacência; as expressões de
sentimentos corpóreos e não corpóreos; a fantasia e a
realidade; a emoção e a razão inauguram um estado
inicial nebuloso, que se clareia a medida do fazer,
ancorado naquela atitude central - reconhecida por
Valery em da Vinci - na existência de um princípio
organizador de toda massa de elementos perceptíveis
existentes no meio ao qual o indivíduo pertence.
Dessa forma, um processo interrogativo frente ao
conhecimento em movimento é o que se espera que
os cientistas, os artistas, os educadores assumam no
seu fazer.
O conhecimento é uma reconstrução, uma tradução
feita a partir de um indivíduo inserido numa cultura e
numa época determinadas. Entretanto, esse fato não
nos dá o direito de ignorar sua singularidade e os
estímulos desafiantes às suas capacidades inerentes.
Temos todos um pouco de cada uma das
características citadas: os educadores são um pouco
artistas e vice-versa. Alguns são mais cientistas do
que educadores e outros mais artistas do que
educadores. É bem verdade que precisamos tanto do
educador que “conserva” vitalmente o que é necessário
na salvaguarda ou preservação da cultura, como
precisamos do educador “gerador” de estímulos à
criação de novas idéias e novos caminhos. O que não
precisamos é do educador “estéril”, dogmático, que
assume um percurso cristalizado e rígido.
Se tudo fosse irregular ou regular, não haveria
pensamento, porque ele nada mais é que uma
tentativa de passar da desordem à ordem e tem
necessidade de oportunidades daquela – e de modelos
desta.


Referências Bibliográficas
- HAUSER, Arnold, História Social da Arte e da
Literatura, Martins Fontes, São Paulo, 1995.
- HOHENSTATT, Peter, Leonardo da Vinci,
Konemann, Koln, Germany, 1998.
- KOESTLER, Arthur, The Act of Creation, New York,
The Macmillian Company,1964.
- SORMANI, Giuseppe, Dizionario delle Arti, Istituto
Geográfico de Agostini, Novara, Itália, 1963.
- SOUZA SANTOS, Boaventura, Um discurso sobre as
ciências, Edições Afrontamento, Porto, Portugal,
1991.
- STAMATO DE CAMILLIS, M.L., Criação e Docência
em Arte, Tese de Doutorado (xerox). São Paulo, PUC,
1997.
- VALERY, Paul, Introdução ao método de Leonardo
da Vinci, Ed. Bilíngüe-São Paulo:Ed.34,1998.
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(*) inter alia : "entre outras coisas"
(revista de arte e idéias)
www.interalia.cjb.net
editor: Marcelo Guimarães Lima
email: inter-alia@lycos.com
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